domingo, 27 de fevereiro de 2011

Enterrado Vivo e 127 Horas - A luta de dois homens, a consagração de dois atores


Dois filmes lançados recentemente trazem muitos pontos em comum. Estou falando de Enterrado Vivo e 127 Horas. Em ambos, o personagem principal se encontra em uma situação aterrorizante, lutando por sua vida em um espaço limitado. Os filmes também trazem em comum o fato do seu sucesso ou não depender muito do ator principal. E nos dois casos, não houve nenhuma decepção.

No filme de Rodrigo Cortés, Ryan Reynolds interpreta Paul Conroy, um americano que trabalha dirigindo caminhões no Iraque. Em uma emboscada, muitos dos seus amigos foram mortos e ele foi enterrado vivo. Mas essas informações só sabem durante o filme. Ele se inicia quando Paul retoma a consciência, já dentro do caixão – onde TODA a história se desenvolverá. Por isso, os segundo iniciais do filmes acontecem em um completo breu, até que o personagem consegue encontrar um isqueiro. Além do isqueiro, ele só tem poucas coisas nos bolsos. Mas uma delas é um celular. Será através dele que Paul tentará conseguir ajuda. O homem que o colocou ali quer cinco milhões de dólares para tirá-lo de lá, e Paul terá que conseguir isso ou ajuda pelo telefone. Mas a bateria do celular está pela metade. E o isqueiro consome o limitado oxigênio dentro do caixão. Já sentiu o clima, né?

O astro canadense Ryan Reynolds é famoso por suas participações em comédias (A Proposta) e filmes de ação (X-Men Origins: Wolverine), e também por ter namorado por muitos anos a cantora (também canadense) Alanis Morrissette e ter sido casado com Scarlett Johansson até poucos meses atrás. É considerado um ator carismático, mas que ainda não tinha uma grande atuação na sua filmografia. Isso já não é mais verdade. O filme funciona porque o Ryan se entregou por completo e sem meios termos. Sua atuação é visceral em cada e todas as cenas. E, em um filme onde ninguém mais é visto (só ouvido pelo telefone), isso era fundamental para o sucesso do projeto. Enterrado Vivo pode ser um divisor de águas para o ator que, agora, será lembrado e convidado para projetos mais ousados.

Rodrigo Cortés filmou usando sete diferentes tipos de caixão para permitir mais movimentação de câmera. O diretor mexicano é tão talentoso que consegui fugir dos mais prováveis problemas que rondavam a produção desse filme, como a repetição de ângulos e ser um filme de ritmo lento. Angustiante, mas sempre prazeroso de assistir, o filme usa de forma racional e criativa a fotografia, sonoplastia e montagem, em conjunto com a atuação de Reynolds e a direção de Cortés, e o resultado é um filme intenso, emocionante, político (Paul foi colocado nessa situação por um iraquiano que teve sua vida devastada pela chegada dos EUA ao país – as cenas das conversões dos dois são esclarecedoras) e surpreendente pelo resultado muito positivo conseguido com um material que poderia ter sido facilmente levado ao cinema de forma nada eficiente.

O diretor (Cortés) com seu astro (Reynolds)


Em 127 Horas, filme de Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?, Trainspotting) baseado em uma história real, James Franco é Aron Ralston, um jovem americano que, durante uma escalada solitária, escorrega e fica preso num cânion pelo braço direito que foi esmagado por uma rocha que rolou durante sua queda. O nome do filme é a duração do ocorrido até que Aron conseguiu se livrar da rocha, através de auto-amputação de seu braço feita com um canivete sem corte. Obviamente, essa é uma cena muito forte, mas existente outras quase tão angustiantes quanto.

Diferente de Enterrado Vivo, o filme mostra um pouco da vida de Aron antes do acontecido e muitas outras informações surgem como lembranças ou delírios do personagem, que ficou preso por cinco dias com um mínimo de água e alimentação.

James Franco e o verdadeiro Aron Ralston

A edição é acelerada, a trilha sonora é energética e a captação das imagens muitas vezes é feita com a câmera na mão, obtendo um resultado mais dinâmico. E mesmo já sabendo que o Aron sobreviveu, a cena dele conseguindo sair do cânion e encontrando ajuda é de fazer lágrimas rolarem.

Se Ryan Reynolds não era uma escolha óbvia para Enterrado Vivo, James Franco está em seu universo. Ele tem filmes como Milk – A Voz da Igualdade e O Uivo em seu curicullum, misturado com participações em blockbuster Homem Aranha (onde interpretou Harry Osborn) e até novela americana (General Hospital). Em comum, o talento presente nos diferentes tipos de interpretação requisitados nesses trabalhos.

A trilha sonora foi composta pelo A. R. Rahman, o indiano também responsável pelo anterior filme de Boyle (Quem Quer Ser Milionário?). If I Rise, canção tema do filme, tem o A. R. Raham como compositor da música e a cantora Dido com seu parceiro musical (e irmão) Rollo Armstrong como letristas. If I Rise foi indicada para o Oscar de Melhor Canção Original, mas Dido não poderá cantar e será substituída pela Florence Welch, do Florence + The Machine.

127 Horas recebeu seis indicações do Oscar 2011 (Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Edição) e seu astro será o apresentador da festa, em parceria com a atriz Anne Hathaway.


A Globo exibirá o Oscar depois do Big Brother Brasil - o que geralmente faz com que as partes inciais do festa não sejam exibidas... tem que ter paciência...fazer o quê?

Notas:

Enterrado Vivo: 8,5

127 Horas: 8,0

Um comentário:

  1. Gostei do post e vou fazer de tudo pra ver esses filmes. Afinal,o Ryan e o James são tão gatos

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