sábado, 9 de outubro de 2010

Fresno - Revanche (resenha do disco)

Depois da calma, vem a tempestade. Depois dela - caso você sobreviva – vem a redenção. E justiça seja feita, chega a hora da revanche. O ajuste de contas que torna possível colocar um ponto final em uma história e nos liberta para seguirmos em frente.

Revanche é o bom nome do ótimo disco da banda Fresno. Como toda boa revanche, aqui o material é crescente, catártico, amargurado, agressivo e sem censura. E doce, nos momentos certos. Como bem já disse a Alanis Morissette uma vez, a raiva é uma expressão covarde da tristeza – é mais fácil sentir raiva do que admitir que se está triste em relação à uma pessoa. Os momentos mais leves do disco injetam uma humanidade que sempre faz falta em discos de rock pesado - que falam tanto sobre esses sentimentos.

A noturna sonoridade é adornada com guitarras altas e ocasionais sintetizadores claustrofóbicos que não se assemelham, mas tem momentos de analogia ao Nine Inch Nails. Ou mais precisamente, a sonoridade se aproxima muitas vezes do Muse e do 30 Seconds To Mars.

Além da já resenhada canção título, alguns dos pontos altos do disco são:

Die Luge

O não uso de falsetes tira a melodia do caminho mais óbvio. Os vocais (seja quando graves ou agudos, agressivos ou suaves) do Lucas Silveira são um dos atrativos do disco porque ele sempre foi afinado, mas agora se mostra mais livre das influências de outros cantores e clichês do seu estilo musical.


Relato de Um Homem de Bom Coração

“Eu procurei, jurei que não iria mais falar de mim/Porquê eu achei que eu tinha outras historias pra contar.”

“... mas eu sou assim, eu tenho tanta historia pra contar.”


Quando Crescer

É a balada de piano que todo disco de rock tem. A agressividade sede espaço para a vulnerabilidade e um arranjo de cordas muito bem conduzido.


Se Você Voltar

Canção original, mas bem podia ser uma versão de alo escrito pelo Rivers Cuomo para a sua banda, o Weezer. Divertida, porque a letra é séria, mas a guitarra quase funkeada e os coros anos 70 nunca deixam o climar ficar tenso. Dá até para dançar!


Canção da Noite

Termina o disco e reveka que o nome da banda deveria ser menos relacionado ao NX Zero e mais ao dos goianos do Violins – aconselho a audição do apaixonante Grandes Infiéis, de 2005. O coro dessa música encontra ecos no da estupenda Ok Ok (ouça AQUI), faixa final do disco mencionado do Violins.

Recomendo a audição do Revanche porque além de ter gostado dele, porque acho importante que formemos nossa opinião. Você pode até não gostar, mas que seja SUA opinião, não pelo preconceito imposto.

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