
O sofrível roteiro conta história de um tenso médico anestesiologista em crise no casamento e que precisa levar a tempo o bolo de aniversário da filha para casa. Para isso, ele abandona a cirurgia que participava (no meio da cirurgia!), atropela um motoboy e não presta os cuidados necessários, mas nunca impõe o que pensa e escolhe sempre as coisas que claramente vão atrapalhar sua vida. Mas no roteiro, ele é quase uma vítima do universo, vivendo sob muita pressão, como se não houvesse escolha.
O roteiro maniqueísta irrita muito e o diretor parece querer sempre incomodar. Tudo é muito feio, sujo, mal iluminado, com personagens absurdamente irritantes sempre no caminho do médico. Close de pessoas muito gordas na praia, close nas celulites das mulheres, close de rosto tão próximos que torna os poros da pele, que mal são percebidos na vida real, em crateras da superfície lunar. Nada é belo, nem carinho, nem aconchegante. Até coisas chatas na vida real, com o trânsito sempre parado, parecem mais estressante no filme.
Ainda assim, o elenco (Ramos, Fernanda Machado, Milhem Cortaz) consegue tirar leita de pedra e oferece boas interpretações.
Você espera uma catarse que não acontece. A resolução final é inacreditável. Que tipo de mensagem eles queriam passar? Não faça por merecer? Com certeza, esse é o filme mais irritante do ano. Pretensioso, condescendente e não desperta empatia com os personagens ou com o roteiro completamente inverossímil.
Nota: prefiro nem comentar...
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