terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A versão despida da Katy Perry (MTV Unplugged)


Quem é vivo sempre aparece – até quem você acreditava já estar morto e em estado de decomposição. A MTV americana lançou mais um especial MTV Unplugged, que vale lembrar, nos EUA é mais um programa do que um selo para lançar disco (que é o que acontece no Brasil). Muitos artistas participaram do programa, mas sem lançar discos com o material gravado e, principalmente, fazer turnê de divulgação. Mas é claro que os que não foram para as lojas estão disponíveis na internet de forma ilegal. Eu sugiro ouvir o da Tori Amos e o da Bjork (que ela lançou no disco Debut live, que com exceção de Venus As A Boy, foi todo retirado do Unplugged que ela gravou durante a turnê do seu primeiro disco).

Dessa vez a pessoa escolhida foi a Katy Perry. Como foi no caso da Bjork, a Katy só tem apenas um disco lançado. Na verdade ela já lançou um disco gospel com o nome Katty Hudson, mas esse é um disco que não é levado em consideração, da mesma forma que o Jagged Little Pill da Alanis Morissette é visto com seu debut, mas ela havia lançado dois discos durante sua adolescência (Alanis e Now Is The Time). Por serem discos iniciais que não representam o trabalho atual e mais autoral das suas feitoras, eles são vistos com algo à parte na carreira.

Com apenas sete faixas, infelizmente ela não explorou mais as canções que não foram singles. Fingerprints e I’m Still Breathing, por exemplo, são canções que deveriam ser conhecidas. Mas se baseando nos singles, o resultado final é previsivelmente bom. I Kissed A Girl surge num formato jazz-cabré que convence, e com era de se imaginar, Waking Up In Vegas está muito confortável no formato acústico. Katy está cantando muito bem. Ao vivo é se percebe como suas canções tem muitas notas altas e falsetes perigosos, que ela domina muito bem. Como de praxe num acústico MTV, aqui ela gravou um cover e uma inédita. O cover é Hackensack, do Fountains of Wayne, e como dito pela própria Katy antes de cantá-la, é uma canção pop perfeita. Doce, triste e lânguida. E ficou melhor do que a versão original.


A inédita é uma bela surpresa. Sozinha no palco, ela se acompanha no violão na música Brick By Brick. Diferente da seara mais pop do disco, esse é um momento mais folk. Diferente de muitas garotas do universo pop que tocam guitarras que nunca são audíveis ou são, pelo menos, colocadas (muito) mais baixas do que a tocada por um músico da banda, o que se vê é uma violonista não extraordinária, mas sem dúvida nenhuma, segura do que está fazendo. E fazendo muito bem. A melodia com acordes abertos é delicada. A letra fala sobre a distância entre um casal e o esforço realizado pela mulher para tentar conseguir se conectar ao seu amado. Sozinha e sofrida, ela confessa no refrão: “eu estou atravessando essas paredes, essas paredes entre nós dois – eu não estou desistindo”.


Sem o (comum) medo do segundo disco, ela declara várias vezes nas entrevistas desse especial que está muito ansiosa para finalmente começar a compor para seu segundo disco porque está com vontade de expressar tudo que aconteceu nos últimos dois anos. O grande Rivers Cuomo, da banda Weezer, disse numa entrevista de rádio que ele e a Katy vão se encontrar para escrever canções para esse futuro álbum dela. Estás em ótima companhia, Katy...

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