sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O cinema nacional encontra seu público

Começamos há pouco tempo a segunda metade do ano, mas mesmo assim ouso dizer (e não sou o único) que esse será lembrado como ano que o cinema nacional conseguiu conquistar e atrair os brasileiros. Depois de tantos filmes que não receberam atenção que merecia (muitas vezes por puro preconceito sobre a produção nacional), é muito prazeroso ver tantos filmes sendo tão bem sucedidos em relação também ao sucesso comercial, não apenas ao artístico. Porque sucesso de crítica os filmes nacionais já vinham recebendo. Para citar alguns: Ceú de Suelly, Cidade Baixa, O Cheiro do Ralo, Nina. Mas A Mulher Invisível, Divã e Se Fosse Você 2 conseguiram ser elogiados e ainda foram assistidos e apreciados por um grande público.



A Mulher Invisível já foi visto por mais de 2 milhões de pessoas e conta a história de Pedro (Selton Mello) que é largado pela mulher depois de muitos anos de um relacionamento feliz. Ele entra em depressão, até que um dia Amanda (Luana Piovani) literalmente vai bater na porta do seu apartamento. Ela a mulher perfeita para ele (e para quase todos de nós, vamos ser sinceros), mas não existe. O filme ganha muitos pontos por não ter uma história linear onde você sempre consegue saber o que irá acontecer. Como o ótimo filme que é, entende que a história é mais engraçada se o espectador se importa com os personagens e a comédia pode utilizar o drama para se tornar mais completa e apreciável.



O filme foi escrito e dirigido por Claudio Torres, e é um filmaço. Não fica devendo nada às super produções de Hollywood. A única ressalva é que a trilha incidental lembra muito de filmes americanos da década de 60 e 70, e há muito uso de canções em inglês - o que é normal em filmes brasileiros, infelizmente. Nada de anti-imperialismo, apenas acho justo que o cinema nacional privilegie a música nacional! Mas fico até culpado de falar isso quando lembro da cena onde toca Al da Estela Cassilatti porque eu sou viciado nessa música desde que tive o prazer de ouvi-lá no seriado Alice, da HBO. Ouve aí:

Estela Cassilatti – Al (clipe)


Além do Selton e da Luana, também no elenco: Fernanda Torres, Vladimir Brichta, Maria Manoella.





Divã mostra uma mulher que deve ser uma paciente bem atípica num consultório de um analista. Ele está feliz e sem nenhum grande problema, mas decide ir conversar com um profissional. Durante o tempo que acompanhamos no filme vários acontecimentos serão assuntos de suas conversas, mas diferente do que possa parecer, o filme acontece mais fora do que dentro da sala do analista. Um filme muito divertido - o que não é difícil tendo a maravilhosa Lília Cabral como atriz principal - e muito mais interessante do que o trailer (clichê) faz parecer. Um roteiro muito bem escrito e com texto enxuto. Os personagens Gustavo (José Mayer),o marido, e Mônica (Alexandra Richter), a melhor amiga, são os dois principais pilares da vida e história da Mercedes.



O filme tem algo de Almodóvar em relação a ser uma tragicomédia onde a história sai do riso para o choro sem avisos ou preparação, assim como acontece na vida real. Divã foi visto por mais de por mais de 1,5 milhão de pessoas.








Em Se Eu Fosse Você 2, Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires) novamente trocam de corpo. Mas dessa vez eles estão "dando um tempo" no casamento e sua filha está grávida. O roteiro é bobo e previsível. É estranho que quando há a troca de corpos, a Glória Pires interpreta o Cláudio como se ele fosse um homem muito másculo, porque na interpretação do Tony, ele não é; e o Tony interpreta a Helena como se fosse um travesti bem afetado de tão feminino. Claro que o motivo disso não é falta de talento ou abordagem errada do papel já que os dois são grandes atores. Isso acontece para ter mais gags visuais e fazer o publico rir, mas incomoda. O filme teve mais de seis milhões (!!!) de espectadores e apesar de sua qualidade não ser muito boa, ele consegui mobilizar muita gente para ir ver cinema nacional e essa mudança de mentalidade dos brasileiros não tem preço e torna sua importância inquestionável.




O fim do filme já deixa claro que haverá uma parte 3. Sim, nós também temos nossas franquias de filme! Uma ótima novidade.


E veja que eu ainda nem falei de À Deriva ou Os Normais 2 (que chegas aos cinemas dia 28 desse mês)...


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