

Um espaço de residência para opiniões, informações e questionamento sobre música, cinema, literatura - cultura pop em geral. Sem a intenção de encontrar ou definir a verdade sobre os assuntos, apenas pensamentos transcritos representando a opinião de uma pessoa em um determinado momento.
O QUE É ISSO? Fui assistir O Contador de Histórias (muito bom, por sinal) e me deparei com esse trailer. Besouro conta a história de um capoeirista que era escravo no Recôncavo baiano na década de 1920 e... não entendi muito bem o que é mesmo a espinhal central do filme. Apesar da Lei Áurea já ter sido assinada, em alguns lugares do interior ainda haviam escravos, então provavelmente eles lutarão para conseguir sua liberdade ou algo do tipo. Só sei que é um filme de ação com cenas de lutas bem coreografadas e efeitos especiais (sim, efeitos especiais!) bem feitos – pelo menos os que aparecem no trailer. Besouro recebe habilidades de divindades das religiões afro brasileiras e é capaz de voar. No trailer tem cenas dele flutuando e dando pulos que o levam ao teto de uma casa e ao alto de uma árvore.
Nunca ouvi falar desse filme (como nunca ouvi falar de filmes antes?) e não sei o que pensar. Será que teremos algo que vai abrir espaço para mais filmes de ação no Brasil ou algo tão bizarro que vai virar comédia involuntária? A idéia de fazer um O Tigre e o Dragão em um universo brasileiro (saí os históricos samurais e entram os também históricos escravos brasileiros) é inesperada mas – admito – interessante. Tomara que funcione e o filme surpreenda. Os poucos filmes de ação tupiniquins geralmente são filmes com forte acento político. Isso é bom, mas também é saudável que sejam produzidos filmes voltados para o entretenimento apenas.
Segundo informações do You Tube, o filme teve orçamento estimado em R$ 10 milhões, foi dirigido pelo João Daniek Tikhomiroff, escrito pela Patrícia Andrade, (de Os 2 Filhos de Francisco) e “trouxe da China o coreógrafo de ação Hiuen Chiu Ku, responsável pelos efeitos especiais e lutas de Matrix, O tigre e o dragão e Kill Bill”.
Veja o trailer e tente imaginar o que será isso.
Divã mostra uma mulher que deve ser uma paciente bem atípica num consultório de um analista. Ele está feliz e sem nenhum grande problema, mas decide ir conversar com um profissional. Durante o tempo que acompanhamos no filme vários acontecimentos serão assuntos de suas conversas, mas diferente do que possa parecer, o filme acontece mais fora do que dentro da sala do analista. Um filme muito divertido - o que não é difícil tendo a maravilhosa Lília Cabral como atriz principal - e muito mais interessante do que o trailer (clichê) faz parecer. Um roteiro muito bem escrito e com texto enxuto. Os personagens Gustavo (José Mayer),o marido, e Mônica (Alexandra Richter), a melhor amiga, são os dois principais pilares da vida e história da Mercedes.
O fim do filme já deixa claro que haverá uma parte 3. Sim, nós também temos nossas franquias de filme! Uma ótima novidade.
E veja que eu ainda nem falei de À Deriva ou Os Normais 2 (que chegas aos cinemas dia 28 desse mês)...
O clipe de Esconderijo foi dirigido pelo Selton Mello depois de um convite feito (e aceito) ao vivo no programa Altas Horas. O clipe foi feito sem roteiro, ele tinha apenas a idéia. Nele se vê uma personagem andando por uma casa abandonada e “vazia” e as representações visuais das sensações e lembranças despertadas. O impecável trabalho de pós-produção que adicionou efeitos de luz, texturas e objetos deixou o visual do clipe ainda mais aconchegante, arrebatador. A direção de fotografia ficou por conta do Lula Carvalho (Tropa de Elite, Cidade de Deus, Olga, Fabricando Tom Zé).
Esconderijo é uma das melhores faixas do Hein?, segundo disco da Ana. Amor e Caos, seu cd de estréia, não fez jus a seu talento e doce voz. A produção apresentava várias falhas e o repertório autoral não era muito bom. Para a produção desse novo disco foi chamado o Liminha – o que realmente foi a escolha correta (e óbvia) já que o álbum foi inspirado pelo mergulho que a Ana fez no universo dos Mutantes depois de ter convidado o Sérgio Dias para participar de um show dela (Os Mutantes inicialmente eram um trio: Rita Lee, Arnaldo Dias e Sérgio Dias; mas depois virou um quinteto com a entrada da Liminha e do Dinho). Foi isso que trouxe uma pegada mais rock and roll para as novas músicas e resultou em um bom disco pop – como pop, entenda algo como o que a Vanessa da Mata também faz. Cinco músicas do cd foram escritas pela Ana em parceria com o Arnaldo Antunes.
O disco apresenta falhas, mas é uma grande evolução em comparação ao anterior e deixa a impressão que ela veio para ficar.
Obs: é muito prazeroso ver os artistas brasileiros descobrindo (mesmo que tardiamente) os Mutantes. Além da Ana, a influência é clara e declarada pelo Cérebro Eletrônico. Lá fora, o Alex Kapranos (Franz Ferdinand) já disse que é fã de Mutantes, O Kurt Cobain chegou até a escrever uma carta para o Arnaldo Dias (!) e o Sean Lennon disse que para ele os Mutantes são maiores que os Beatles! E olha que o cara é filho do John Lennon. E nem é preciso lembrar toda adoração do Devendra Banhart, não é? Já estava na hora de perceberam que muita coisa boa foi feita por aqui. Enquanto muitas pessoas do mundo mantem os olhos no Brasil, os brasileiro só querem olhar para fora (veja todas essas boas bandas que cantam