domingo, 25 de setembro de 2011

Missão Madrinha de Casamento

Sério, quem faz a adaptação do nome dos filmes americanos para português? Por algum motivo, as produtoras acham que nomes bobos irão chamar mais atenção para o filme e Bridesmaids (Madrinhas de casamento) no Brasil chama-se Missão Madrinha de Casamento. Por ser pouco, mas faz o filme parecer mais bobo, não faz?

E de bobo ele não tem nada. Annie (Kristen Wiig) trabalha temporariamente em uma loja desde que sua loja de bolos faliu. Sua amiga de infância, Lilian (Maya Rudoph), vai casar e convida a melhor amiga para ser a madrinha de honra de seu casamento. Na festa de noivado, Annie conhece Helen (Rose Byrne), mulher do patrão do noivo de Lilian e nova amiga da mesma. Na hora do discurso, Helen assume a posição de Annie e as duas começam a se estranhar e fica claro que planejar esse casamento não será nada fácil.

Isso tudo faz parte do filme, mas só é um pedaço dele. Acrescente o caso amoroso com o cafajeste Ted (Jon Hamm), a nova amizade com o policial Nathan Rhodes (Chris O'Dowd), a divertida relação com o casal de irmãos com que Annie divide o apartamento, e você começará a entender o universo da personagem. O filme não fala sobre a preparação de um casamento, fala sobre o peso que os ritos de passagem têm não apenas sobre as pessoas que o estão vivenciando, mas também nas que as rodeiam. Porque nessa hora todo mundo pensa “por que ainda não aconteceu comigo?”, “quando acontecerá?”, “vai acontecer?” e tantas outras perguntas. Helen é de fato irritante, mas se a vida de Annie não estivesse tão sem rumo, ela conseguiria lidar com isso de forma mais tranqüila.

Annie e Helen brigando por atenção

O filme é hilário (vai de percepções do dia-a-dia até gags visuais, passando por escatologia), ainda que cheio de momentos mais melancólicos. Ou melhor dizendo, o filme é hilário por causa desse momentos que criam um vínculo forte do público com a história. Mas, com ou sem vínculo, você vai se divertir muito. Eu quase sufoquei de tanto rir na cena das madrinhas provando os vestido de casamento depois de terem almoçado em um restaurante de comida brasileira.

Além de estar ótima como Annie, Kristen Wigg escreveu o roteiro junto com Annie Mumilo. O trabalho das duas exala honestidade e realidade. As falas dos personagens não são perfeitamente talhadas e cheias de eloqüência. Os personagens falam e se comportam com pessoas normais. E o elenco tira ótimo proveito disso. Jon Hamm parece se divertir muito interpretando um homem bem diferente do taciturno Don Drapper de Mad Men. Mas quem brilha mesmo é Melissa McCarthy.

Meg (Melissa McCarthy)

No papel de uma das madrinhas, a atriz mostra um lado completamente não explorado no seu trabalho. A atriz famosa por ter interpretado vários papéis na televisão americana (com a Sookie de Gilmore Girls, Dena de Samantha Who?, ou Molly de Mike & Molly) representa a masculinizada Meg sem clichês ou caminhos óbvios. Ela chega a desaparecer dentro da personagem e me deixou curioso sobre o que a atriz pode nos mostrar no futuro.

No resumo, o filme do Paul Feig é delicioso, inteligente, esperto, tem a música Paper Bag da Fiona Apple na trilha e irá te surpreender. Não perca tempo: vá ao cinema!


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